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21 de setembro de 2015

Sedução

"Bem cochilei sem camisa."

Não há decote, barriga tanquinho, 20 cm de falo que seduzam mais que um vocabulário bem-utilizado.

19 de setembro de 2015

Sem Tempo para Nada

    Dois mil e quinze é data para arqueólogo, não?! No meu calendário clandestino, estou no ano 30. Sim, faz 30 anos que filtro o mundo e para mim, ele também tem essa idade.
    (Ah! Quanta pretensão converter o Tempo em datas, aniversários...)
    O Tempo é a batida intransponível do coração de cada um. Ou são as mudas da cabeça do vovô devastadas por um mau tempo fisiológico? Ou ainda o amarelo que se institui nos corpos das onças? O Tempo é a matéria de que somos feitos. Ou seriam as árvores centenárias que testemunham amassos, dilúvios, velórios e outonos?
    É muito complexo ponderar o tempo. Cada um tem sua própria escala. Na infância, eu media o meu pelas pipocas remanescentes de uma sessão de desenhos, pelos dentes que caíam, pelas sextas-feiras-depois-da-escola.
    Fico pensando nessa gente famosa... Como ela atualiza o respectivo calendário? Através dos zeros à direita tingidos no extrato da conta bancária?
    ...
    – Cinquenta reais a sua corrida, senhora.
    – Aqui estão. Deixa eu voar porque tô sem tempo para nada, moço. Tenha um bom dia.

10 de outubro de 2014

Malhar, às 8h da manhã, ao som de Naldo. Esse tipo de penitência é previsto pela Constituição?

2 de outubro de 2014

Há tanta coisa institucionalizada que não faz [o menor] sentido:
Ar-condicionado no talo em UTIs com pacientes seminus
Lua de Mel no verão
Ovelhas nos trópicos
.

29 de setembro de 2014

É fácil julgar a Vivi Araújo não sendo a Vivi Araújo. Desafio é ser dona daquele arsenal todo e manter um comportamento de madre.

25 de setembro de 2014

Há muito substituímos o relógio biológico pela programação da Globo.
Jornal Hoje: almoço
Malhação: lanche
Jornal Nacional: jantar
Programa do Jô: sono/sonho

20 de setembro de 2014

De vez em quando, especialmente aos finais de semana, dá vontade de comer algo que não consta no cardápio da humanidade.

18 de setembro de 2014

Calçolas à la "Uma babá quase perfeita" posicionadas no varal em frente ao meu quarto e coreografadas pelo vento. Pura dramaturgia de Nelson Rodrigues. E com entrada franca.

12 de setembro de 2014

No varal daquela casa, um grupo de calças jeans celebra o feriado. Os casais de pernas foram [todos] para a praia.

1 de setembro de 2014

Horóscopo do dia

Câmbio flutuante, superávit primário. Fossem vocabulário de horóscopo, todo mundo entenderia.

28 de agosto de 2014

A fala dos presidenciáveis me relembra o quanto somos [quase] todos autômatos em cujo interior instituímos velhos pensamentos. E os reproduzimos feito fossem ideias inaugurais.

25 de agosto de 2014

13 de agosto de 2014

12 de agosto de 2014

No velório da vovó, um barbacenense de postura e posses triviais proclamou as palavras mais honestas que já ouvi: "o bebê, quando no ventre da mãe, desconhece a vida que passa aqui fora". Nunca mais duvidei da eternidade.

11 de agosto de 2014

A mosca tinha o cosmo como espaço aéreo. Belo dia, entrou na minha casa e, desde então, só faz voo doméstico.

8 de agosto de 2014

Quando criança, não sabia da existência de janeiro. Só me inteirava do calendário diante das provas marcadas pela escola.
Cruzei com um senhor centenário e um bebê bem brotinho agora há pouco. E tentam homogeneizar-lhes o tempo pelo calendário.

7 de agosto de 2014

As rugas do senhorzinho que fica em frente ao Pró-Música, com sua carrocinha de pipoca, são as linhas mais lindas que já li. Recomendo a leitura!

6 de agosto de 2014

O policial intercepta o caminhão com carga viva na BR-040.
-CNH e documento do veículo, senhor.
-Aqui estão, seu guarda.
-Qual é a procedência desses cavalos?
-Só Deus sabe, né, seu guarda?! Convivo com eles desde menino e até hoje não sei de onde vêm esses dentão, o relincho e o coice.

2 de agosto de 2014

Sonhei que tocava violão de sete cordas e falava mais de cinco línguas. Acordei analfabeta das quatro patas.

31 de julho de 2014

Temos tanta tecnologia no corpo, e as pessoas se empolgam com a inteligência do iPhone.
Volto do shopping com os sentidos exauridos. Feito acabassem de concluir uma mega-aula de power yoga. Acústica sufocada, luzes decretando 'é sempre dia', comidas empanadas com eternidade, troco regurgitado pela máquina. Também exaurida.

30 de julho de 2014

27 de julho de 2014

Voo

Ainda bem que o besouro segue sozinho a bordo. Suas aterrissagens são sempre catastróficas.

23 de julho de 2014

Morrer: território desconhecido

Morrer, em território estrangeiro, sem passaporte no bolso. Um etnógrafo reconheceria a procedência da carne [humana]?